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Estudo aponta falta de investimentos para recuperar mananciais de São Paulo

Relatório alerta sobre as prioridades o setor hídrico, mas a crise da falta de água de 2014 e 2015 'não ensinou nada para as autoridades paulistas', aponta coletivo

São Paulo – Mais da metade dos principais mananciais que abastecem a macrometrópole paulista apresentam um grau de fragilidade ambiental alto ou muito alto. É o que aponta o estudo Mananciais paulistas como prioridade na agenda pública, realizado pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).


Segundo a pesquisa, 575 mil hectares de mananciais, o equivalente a 24% da área total, necessitam de ações de restauração ambiental. Outros 646 mil hectares (27%) são cobertos por vegetação nativa e deveriam ser objeto de uma estratégia de conservação. De acordo com o levantamento, isso compromete a capacidade de produzir água para a região.


"Esse estudo é um 'cutucão' nas autoridades, para que essas áreas sejam objeto de preocupação. Não é um tema fácil de ser resolvido, existem questões de ordem, como a quem pertence esses locais. Então é um diagnóstico, mas soluções e debates precisam ser feitos", afirma o pesquisador do IDS Guilherme Checco, em entrevista ao repórter Jô Myagui, da TVT.


Os sistemas de abastecimento pesquisados estão nas regiões da Grande São Paulo, Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba, que abastecem 75% da população do estado.


O sistema Billings-Guarapiranga é o mais preservado, com 40% ocupado ou precisando de restauração. Entretanto, nos demais, a situação é bem pior. Segundo a pesquisa, a mais crítica é a bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, em que 82,5% da área está ocupada ou degradada.


Já o sistema Cantareira, que abastece 5,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo tem 33% da área ocupada e precisa restaurar quase 20%.


Edson Aparecido, do Coletivo de Luta pela Água, alerta que, sem conservar e recuperar o meio ambiente, a Sabesp e o governo do estado buscam água em lugares cada vez mais distantes. "É fundamental você preservar áreas de mananciais, porque são as áreas que garantem a matéria prima para a produção de água que abastece a população da região metropolitana", diz.


Guilherme calcula que seriam necessários entre R$1,4 bilhões e R$ 2,4 bilhões para restaurar as áreas degradadas. "A gente sabeque a água é uma matéria prima para várias atividades e necessidades nossas, então esse dinheiro não é um gasto, é um investimento de ordem na saúde, de abastecimento público, em atividades econômicas e agrícolas."


O relatório alerta sobre as prioridades do setor hídrico, e que a crise da falta de água de 2014 e 2015 parece não ter ensinado nada para as autoridades, afirma Edson Aparecido. "Quanto menos área protegida você tem, quanto mais áreas ocupadas existem, menos água você produz."






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